Como começar uma compostagem caseira de lixo orgânico doméstico mesmo sem espaço

A compostagem caseira é uma prática sustentável e eficiente para transformar restos de alimentos em adubo rico em nutrientes, reduzindo o desperdício e o volume de lixo enviado para aterros sanitários. Mesmo morando em apartamento ou em espaços pequenos, é possível adotar a compostagem doméstica com métodos simples e acessíveis, que se adaptam a diferentes realidades.

Ainda há um grande preconceito de fazer composteira caseira devido ao fato das pessoas acharem que atraem bichos, vetores e deixa o espaço da casa desorganizado, mas seguindo o passo a passo não tem como errar. E se você tem um espaço no seu condomínio ou na sua casa, melhor ainda.

Além de contribuir para o meio ambiente, essa prática também ajuda a nutrir plantas e hortas, fechando o ciclo dos alimentos de maneira sustentável.

Se você quer começar a compostar, mas acha que não tem espaço, este guia prático vai te mostrar como iniciar sua compostagem doméstica em poucos passos.

1. O que é compostagem e por que fazer em casa?

A compostagem é o processo de decomposição de resíduos orgânicos (como restos de frutas, legumes e vegetais), realizado com a ajuda de micro-organismos e, em alguns casos, minhocas. O resultado é um adubo natural, chamado húmus, que pode ser usado para fertilizar plantas. Veja os benefícios da compostagem caseira de lixo orgânico doméstico.

Benefícios da compostagem doméstica:

  • Redução do lixo orgânico: resíduos que poderiam ir para o lixo são reaproveitados de forma útil.
  • Diminuição de gases de efeito estufa: evita a liberação de metano, produzido pela decomposição do lixo orgânico em aterros sanitários.
  • Produção de adubo natural: ideal para usar em vasos de plantas ou hortas, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos.

2. Qual método escolher para espaços pequenos?

Mesmo em espaços reduzidos, existem métodos de compostagem caseira que funcionam muito bem. Confira as opções mais práticas:

1. Composteira com minhocas (vermicompostagem)

Esse método utiliza minhocas californianas, que ajudam a acelerar a decomposição dos resíduos orgânicos. Ele é ideal para pequenos apartamentos, pois não ocupa muito espaço e é fácil de manter.

Como funciona:

  • Os restos de alimentos são colocados em uma composteira com três caixas empilháveis (uma para resíduos, outra para o húmus e a última para o líquido, chamado chorume).
  • As minhocas consomem os resíduos e os transformam em húmus rico em nutrientes.

Vantagens: é compacto, eficiente e gera húmus e chorume que podem ser usados como fertilizantes naturais.

2. Compostagem seca ou sem minhocas

Nesse método, os resíduos orgânicos são decompostos naturalmente, sem a ajuda de minhocas. Você pode usar baldes, potes ou caixas adaptadas, desde que sejam ventiladas.

Como funciona:

  • Os restos orgânicos são alternados com materiais secos (como serragem ou folhas secas) para equilibrar a umidade e evitar odores.
  • A decomposição é mais lenta do que na vermicompostagem, mas funciona bem em pequenos espaços.

Vantagens: não exige minhocas e pode ser feita com materiais que você já tem em casa.

3. Compostagem Bokashi

O método Bokashi utiliza um fermento em pó à base de micro-organismos eficientes para fermentar os resíduos orgânicos. É ideal para quem tem pouco tempo e espaço.

Como funciona:

  • Os resíduos são colocados em um balde com tampa hermética e misturados com o pó Bokashi.
  • Em cerca de 15 dias, os resíduos fermentados podem ser enterrados em vasos ou em um jardim.

Vantagens: o processo é rápido e pode compostar restos de alimentos cozidos e carnes, o que não é comum em outros métodos.

3. O que você vai precisar para começar?

Independente do método escolhido, você precisará de alguns materiais básicos para começar sua compostagem caseira.

Materiais necessários:

  • Recipiente: pode ser uma composteira própria (vendida pronta) ou baldes/caixas adaptados com tampa e pequenos furos para ventilação.
  • Resíduos orgânicos: restos de frutas, vegetais, borra de café, saquinhos de chá e cascas de ovos.
  • Materiais secos: serragem, folhas secas, papelão picado ou jornal sem tinta colorida, para equilibrar a umidade.
  • Minhocas (opcional): se optar pela vermicompostagem, você precisará de minhocas californianas, que podem ser adquiridas em lojas especializadas.

Resíduos que NÃO devem ser compostados (na maioria dos métodos):

  • Carnes, peixes e ossos (exceto no Bokashi).
  • Gorduras e óleos.
  • Laticínios (leite, queijo, iogurte).
  • Fezes de animais domésticos.
  • Restos de alimentos muito temperados.

Também existem diversas empresas que vendem composteira doméstica e dão instruções para que você começe a compostar.

Algumas delas como a Morada da Floresta e Compostar são exemplos de empresas que vendem composteira residenciais ou domésticas além de todos os insumos que você precisa para iniciar.

4. Passo a passo para começar sua compostagem

Aqui está um guia simples para iniciar a compostagem em espaços pequenos, usando uma composteira com minhocas como exemplo:

1. Escolha o local e o recipiente

  • Escolha um local ventilado, como a área de serviço, varanda ou cozinha.
  • Use uma composteira ou baldes empilháveis, com furinhos para ventilação.

2. Monte a base

  • Adicione uma camada de materiais secos (como serragem ou folhas) no fundo do recipiente para evitar que o excesso de umidade cause odores.

3. Adicione os resíduos orgânicos

  • Acrescente restos de frutas, legumes, vegetais, borra de café e cascas de ovos. Pique os alimentos em pedaços pequenos para acelerar a decomposição.

4. Intercale camadas de material seco

  • Sempre que adicionar resíduos orgânicos, cubra com uma camada de material seco para equilibrar a umidade e evitar odores.

5. Mantenha a composteira equilibrada

  • Observe a umidade: a compostagem deve ter textura de uma esponja levemente úmida. Se estiver muito molhada, adicione mais material seco; se estiver muito seca, borrife um pouco de água.

6. Coleta do adubo

  • Após 1 a 2 meses, o húmus estará pronto e poderá ser usado em vasos ou hortas. No caso da vermicompostagem, o líquido que escorre (chorume) pode ser diluído em água (1 parte de chorume para 10 partes de água) e usado como fertilizante.

Aqui embaixo separei um vídeo para que você consiga ver como é fácil fazer uma composteira doméstica.

5. Dicas para compostagem em espaços pequenos

  • Tamanho compacto: escolha composteiras menores ou baldes empilháveis, que cabem até em varandas ou cantos da área de serviço.
  • Evite odores: intercale sempre os resíduos com materiais secos e mantenha a composteira tampada.
  • Comece com pouca quantidade: no início, adicione resíduos gradualmente, até se acostumar com o funcionamento do sistema.
  • Use o adubo em vasos: mesmo que você não tenha um jardim, o húmus produzido pode ser usado em vasos de plantas ou compartilhado com vizinhos.

6. Benefícios além do adubo

A compostagem caseira não é apenas uma solução para reduzir o lixo, mas também promove uma conexão maior com os ciclos naturais e a sustentabilidade. Ao transformar restos de alimentos em algo útil, você contribui diretamente para:

  • Reduzir a poluição em aterros sanitários.
  • Cuidar de plantas e hortas com um fertilizante natural e livre de químicos.
  • Repensar o consumo alimentar, ajudando a evitar desperdícios.

Dica da especialista:

Se você está começando, opte por um método simples, como a compostagem seca ou o Bokashi. Com o tempo, você pode experimentar outras técnicas e ampliar sua prática. O mais importante é criar o hábito e entender que, mesmo em pequenos passos, a compostagem faz uma grande diferença para o meio ambiente.

Quando eu comecei a separar as cascas, talos, sementes que muitas vezes jogava fora, para composteira, senti um sentimento de gratidão. Por estar retornando ao planeta materia prima rica em nutrientes. É uma sensação incrível.

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Amanda Ornelas

Sou redatora e nutricionista com 17 anos de experiência, especializada em dicas práticas para reduzir o desperdício e economizar nas compras de alimentos. Minha missão é compartilhar estratégias simples e eficazes para tornar o dia a dia mais sustentável e acessível, ajudando famílias a aproveitar ao máximo cada ingrediente na cozinha.

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